Procuras o que fazer em Nikko? Chegaste ao sítio certo. Andávamos com Nikko debaixo de olho há algum tempo. Já tínhamos lido sobre os templos incríveis, as paisagens de montanha e os lagos tranquilos, mas foi só na nossa terceira viagem ao Japão – e durante a segunda volta ao mundo – que conseguimos finalmente encaixá-la no roteiro. Visitámos Nikko depois de passarmos por Utsunomiya e Sendai, e antes de seguirmos para Tóquio.
Ficámos dois dias por lá e dividimos a visita em três zonas principais: a zona dos templos património mundial (Nikko World Heritage, também chamada Honchō), o lago Chūzenji e a área em redor da vila de Nikko. Cada uma tem o seu encanto e vale a pena explorá-las com calma.
CONTEÚDOS DO ARTIGO
Vale a pena comprar o Nikko Pass?
Antes de chegares a Nikko, é provável que te depares com o famoso Nikko Pass. E surge logo aquela pergunta: vale mesmo a pena comprar?
No nosso caso, não comprámos o passe. Como vínhamos de Utsunomiya (e não de Tóquio) e só íamos usar a linha Tobu Railway no regresso a Tóquio, fizemos as contas com base no que queríamos visitar… e não compensava. Só usámos o autocarro uma vez — para subir até ao Lago Chūzenji — por isso acabava por sair mais barato comprar os bilhetes à parte.
Se tiveres o JR Pass, então é ainda mais simples: podes fazer a viagem até Nikko usando apenas linhas JR, com troca em Utsunomiya, e assim não precisas do Nikko Pass nem tens custos extra com o transporte.
Mas atenção: em muitos casos, o Nikko Pass compensa — especialmente se estiveres a sair de Tóquio ou tencionas usar vários transportes públicos na zona. Existem dois tipos principais:
- Nikko World Heritage Area Pass (válido por 2 dias): inclui a viagem entre Asakusa (Tóquio) e Nikko, e os transportes dentro da zona dos templos e santuários.
- Nikko All Area Pass (válido por 4 dias): além da zona histórica, inclui também a área do Lago Chūzenji, Yumoto Onsen e outras atrações nas montanhas.
Ambos estão disponíveis online ou nas estações da Tobu Railway, e só fazem sentido se:
- Estiveres a sair de Tóquio (Asakusa);
- Planeares visitar tanto a parte histórica como a zona do lago e montanha;
- Tencionares usar os autocarros locais com frequência.
Podes comprar online o Nikko Pass e consultar os preços e condições atualizadas.
Como dividimos a visita a Nikko
Para aproveitares ao máximo, recomendamos organizar a visita por zonas. Foi assim que fizemos:
- Zona dos Templos (Honchō ou Nikko World Heritage Area) – Onde estão os famosos santuários e templos como o Toshogu e o Futarasan.
- Lago Chūzenji e Cataratas Kegon – Uma área natural impressionante, ideal para quem gosta de montanhas, lagos e trilhos.
- Vila de Nikko e arredores – Mais calma, com alguns cafés acolhedores, pequenas lojas e alojamentos.
Roteiro de 2 dias em Nikko: o que ver e fazer
Se estás a planear passar dois dias em Nikko, aqui fica o nosso roteiro com tudo o que fizemos e gostámos. É uma cidade perfeita para quem quer juntar cultura, natureza e tranquilidade — tudo a um ritmo calmo, longe da confusão das grandes cidades.
Dia 1 – Chegada e templos património mundial
Chegámos a Nikko vindos de Utsunomiya no fim da manhã e fomos diretos almoçar. A zona perto da estação e na rua principal da vila, há imensas opções – acabámos por comer ramen.
Depois do almoço, começámos a explorar a cidade a pé. Fomos pela rua principal em direção à zona dos templos, conhecida como Nikko World Heritage Area ou Honchō. A caminhada até lá já nos deu uma boa primeira impressão da cidade, com lojinhas tradicionais, casas de madeira e aquele ar de montanha que nos fez abrandar o ritmo quase sem dar conta.



A primeira paragem foi na famosa Shinkyō Bridge, uma das vistas mais icónicas de Nikko. A ponte vermelha sobre o rio é mesmo fotogénica, especialmente com o cenário de floresta atrás. Dá para atravessá-la, mas é preciso pagar bilhete — nós optámos por ficar do lado de cá e tirar fotos da ponte panorâmica que fica mesmo ao lado, com uma vista perfeita e gratuita.



Seguimos então para a floresta dos cedros onde estão os principais templos e santuários de Nikko. Mesmo sem entrar em todos, já vale a pena só por caminhar por ali — o ambiente é mágico, com as árvores altas, a humidade no ar e o silêncio que só se quebra com o som dos pássaros.
Os templos são todos pagos individualmente, mas dá para circular pela zona sem bilhete e apreciar os exteriores. Se tiveres de escolher, recomendamos pelo menos entrar no Nikkō Tōshogū, o mais famoso e elaborado de todos.
Principais locais na zona Nikko World Heritage:
- Shinkyō Bridge (vista panorâmica e/ou passagem paga)
- Rinnoji Temple (o mais antigo templo budista de Nikko)
- Nikkō Tōshogū (mausoléu do shogun Tokugawa Ieyasu, Património Mundial da UNESCO)
- Rin’nōji Taiyū-in (Mausoléu de Iemitsu)
- Takino’o Shrine (um pouco mais afastado, mas super tranquilo)
No regresso, antes do check-in, ainda parámos para experimentar os famosos pudins de Nikko — sim, pudins! Existem várias pastelarias artesanais e pequenos cafés que vendem pudins locais, feitos com leite de montanha e ovos frescos. Um doce simples mas mesmo bom.
Por fim, fizemos o check-in no hotel (vê aqui as nossas sugestões de onde ficar em Nikko).
Dia 2 – Lago Chūzenji e mais Nikko histórico
Começámos o nosso segundo dia em Nikko a apanhar o autocarro mesmo em frente à estação de comboios (atenção: o autocarro A é o regular, enquanto o E é expresso e apanha-se mais abaixo, perto da estação JR – mas tem horários mais limitados). O percurso é uma experiência em si, subindo a montanha pela estrada Irohazaka, famosa pelas suas curvas apertadas. Se visitares Nikko no outono, prepara-te para uma paisagem de cortar a respiração — as folhas pintam-se de tons dourados e vermelhos e é difícil não parar a olhar.



Saímos na paragem 26, já junto ao Lago Chūzenji, e começámos por visitar as Cataratas Kegon, uma das quedas de água mais impressionantes do Japão. Existe um elevador pago que desce até um miradouro mais próximo da base das cataratas, mas nós preferimos os miradouros gratuitos — oferecem uma vista panorâmica igualmente espetacular.



Depois, fomos passear à beira do Lago Chūzenji. É uma zona muito tranquila, perfeita para relaxar e aproveitar a natureza. Vale mesmo a pena tirar uns minutos só para absorver o silêncio, o lago e as montanhas ao fundo.
Almoçámos no Moon Cafe, um restaurante pequeno com pratos de comida japonesa simples e deliciosa, servido com aquele carinho que só se encontra nestes sítios mais familiares. Antes de voltar a Nikko, ainda houve tempo para um crepe japonês no Peaks — é daqueles doces que sabem ainda melhor depois de uma manhã de passeio.
Já de volta ao centro de Nikko, tínhamos planeado visitar o Nikko Tamozawa Imperial Villa Memorial Park — uma antiga residência da família imperial, rodeada de jardins serenos e com um edifício lindamente preservado. Mas acabámos por trocar os planos e seguir para outro local que nos tinham recomendado: as Kanmangafuchi Abyss.



Fomos até lá de autocarro e terminámos o dia com uma caminhada junto ao rio. O trilho está ladeado por dezenas de estátuas Jizō, todas com toucas e cachecóis vermelhos — uma imagem poderosa e muito simbólica. A envolvência é mesmo especial: verde por todo o lado, o som da água sempre presente, e uma calma difícil de encontrar noutros lugares mais turísticos.
Onde comer em Nikko
Se estiveres à procura de bons sítios para comer em Nikko, aqui ficam algumas sugestões que experimentámos e recomendamos:



- Ramen Bonten – Vários tipos de ramen, todos saborosos, num ambiente tradicional e acolhedor.
- Genuine Izakaya Diner “Uotami” (junto à estação Tobu-Nikko) – Um izakaya com salas privadas, ideal para experimentar pratos típicos num ambiente mais reservado.
- Nikko Pudding Tei (loja principal) – Para os amantes de doces, os pudins são uma perdição.
- Moon Cafe – Comida japonesa de conforto, simples e cheia de sabor.
- The Peak – Perfeito para um crepe japonês doce (ou salgado) num espaço descontraído.
- Trattoria Gigli – Se queres comida típica italiana num ambiente muito acolhedor, então este é o lugar certo.



Dicas práticas para visitar Nikko
- Compra o Nikko Pass online e com antecedência, especialmente se estiveres a sair de Tóquio. Assim, já podes usar o comboio direto da Tobu Railway desde Asakusa até Nikko sem stress, e ainda poupas nos transportes locais.
- Leva snacks ou planeia o jantar cedo. Em Nikko, muitos restaurantes fecham cedo, por isso convém garantir uma refeição mais cedo ou comprar algo antes de voltares ao alojamento – há pelo menos uma loja de conveniência no centro de Nikko.
- Veste-te em camadas. Nikko está numa zona de montanha e as temperaturas podem variar bastante ao longo do dia — mesmo no verão.
- Evita os fins de semana e feriados japoneses, se possível. A cidade pode ficar cheia, principalmente na zona dos templos e do lago Chūzenji.
- Se fores no outono (final de outubro a início de novembro), prepara-te para multidões, mas também para uma das melhores épocas do ano. A folhagem outonal em Nikko é das mais bonitas dizem haver no Japão.
- Tem sempre dinheiro em espécie contigo. Nem todos os transportes, cafés ou templos aceitam cartões.
Perguntas Frequentes sobre o que fazer em Nikko
Vale a pena visitar Nikko numa viagem ao Japão?
Sim! Nikko é um dos destinos mais completos do Japão, com templos património da UNESCO, natureza deslumbrante e trilhos tranquilos. É uma excelente escapadinha a partir de Tóquio, ideal para dois dias.
O Nikko Pass compensa?
Depende do teu plano de viagem. Se vieres de Tóquio e planeias visitar a zona do lago Chūzenji, compensa sim. Mas se vieres de outra cidade ou só quiseres ver os templos, pode não justificar o preço.
Quantos dias preciso para visitar Nikko?
Recomendamos dois dias completos. Um para explorar os templos e o centro histórico, e outro para visitar o lago Chūzenji, as cataratas Kegon e fazer trilhos na natureza.
Qual é a melhor altura para visitar Nikko?
O outono é a altura mais procurada, com as folhas vermelhas a transformar a paisagem. Mas a primavera também é linda com as flores de cerejeira, e no inverno há neve e poucos turistas.
Preciso de alojamento em Nikko ou posso fazer bate-volta de Tóquio?
Dá para fazer bate-volta, mas recomendamos pernoitar. Assim tens tempo para explorar com calma e aproveitar a atmosfera tranquila, sem correrias.